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sábado, 27 de março de 2010

Apoio à utilização de armamento atómico


Embora os apoiantes do bombardeamento concedam que as autoridades civis japonesas estivessem, desde Janeiro de 1945 e logo a seguir à invasão de Luzon (Filipinas), a enviar cautelosa e discretamente vários comunicados, apontam também o fato de os oficiais militares japoneses, antes do uso da bomba atômica, se oporem em unanimidade a quaisquer negociações.

Embora alguns membros das autoridades civis tenham usado dissimuladamente canais diplomáticos para iniciar as negociações pela paz, por si só não poderiam negociar uma rendição ou mesmo um cessar-fogo. O Japão, sendo uma Monarquia constitucional, apenas poderia entrar num tratado de paz com o apoio unânime do gabinete japonês, e todo este era dominado por militaristas do Exército Imperial Japonês e da Marinha Imperial Japonesa, sendo todos inicialmente opostos a qualquer tratado de paz. Na altura, chegou-se a uma situação de empate político entre os líderes civis e militares, estando estes últimos cada vez mais determinados a lutar sem olhar a custos e eventuais desfechos. No pós-guerra, vários continuaram a acreditar que o Japão poderia ter negociado termos de rendição mais favoráveis caso tivessem continuado a infligir alto nível de baixas nas forças inimigas, terminando, eventualmente, a guerra sem uma ocupação do Japão e sem a mudança de Governo.

O historiador Victor Davis Hanson chama a atenção para a resistência japonesa crescente, fútil como foi em retrospecto, como a guerra veio a sua conclusão inevitável. A Batalha de Okinawa mostrou esta determinação de lutar a todo custo. Mais de 120.000 tropas japonesas e 18.000 tropas americanas foram mortas na batalha mais sangrenta do teatro do Pacífico, somente 8 semanas antes da rendição final do Japão. Na verdade, mais civis morreram na Batalha de Okinawa que na explosão inicial das bombas atômicas. Quando a União Soviética declarou guerra contra o Japão em 8 de agosto de 1945 e conduziu a Operação Tempestade de Agosto, o Exército Imperial Japonês ordenou que suas forças fracas e sem suprimento na Manchuria lutassem até o último homem. O Major General Masakazu Amanu, chefe da seção de operações nos quartéis generais imperiais japoneses, declarou que ele estava absolutamente convencido que suas preparações defensivas, que começaram no começo de 1944, poderia repelir qualquer invasão Aliada de suas ilhas com as mínimas perdas. Os japoneses não desistiriam facilmente por causa de sua forte tradição de orgulho e honra — muitos seguiam o Código Samurai e lutariam até o último homem ser morto.

Após a descoberta de que a destruição de Hiroshima tinham sido por uma arma nuclear, os líderes civis ganharam mais e mais firmeza em seus argumentos que o Japão tinha que admitir sua derrota e aceitar os termos da Declaração de Potsdam. Mesmo após a destruição de Nagasaki, o Imperador mesmo precisou intervir para terminar um impasse no gabinete.

Apoiadores do bombardeio também apontaram que esperar que os japoneses se rendessem não era uma opção sem custo — como um resultado da guerra, não combatentes estavam morrendo por toda a Ásia em uma taxa de cerca de 200.000 por mês. O Bombardeio de Tóquio na II Guerra Mundial tinha matado muito mais de 100.000 pessoas no Japão, desde fevereiro de 1945, diretamente e indiretamente. Que os bombardeios convencionais intensivos teriam continuado antes de uma invasão. O bloqueio submarino, a operação de minas navais das Forças Aéreas do Exército dos Estados Unidos e a Operação Salvação tinham efetivamente cortado as importações do Japão. Uma operação complementar, contra as ferrovias do Japão, estava prestes a começar, isolando as cidades do sul de Honshu da comida que crescia em outros lugares de suas ilhas. Isto, combinado com o atraso nos suprimentos de alívio dos Aliados, poderia ter resultado em uma estatística de morte muito maior em Japão, devido à fome e a desnutrição, que a que realmente aconteceu nos ataques. "Imediatamente depois da derrota, alguns estimavam que 10 milhões de pessoas poderiam ter morrido de fome", nota o historiador Daikichi Irokawa. Enquanto isto, em adição aos ataques soviéticos, ofensivas foram programadas para setembro no sul da China e Malásia.

Os americanos anteciparam a perda de muitos soldados na Operação Downfall, apesar do número real da Operação Downfall ser sujeito de algum debate. Ele dependeria da persistência e da reabilitação da resistência japonesa ou de se os americanos teriam invadido somente Kyushu em novembro de 1945 ou se uma seguida aterrizagem perto de Tóquio, projetada para março de 1946, teria sido necessária. Anos após a guerra, o Secretário de Estado James Byrnes clamou que 500.000 vidas americanas teriam sido perdidas—e este número tem sido repetido desde então autoritariamente, mas no verão de 1945, planejadores militares dos EUA projetaram 20.000 – 110.000 mortes em combate da invasão inicial de novembro de 1945, com cerca de três a quatro vezes este número de feridos. (O total de mortes em combate dos EUA em todas as frentes na II Guerra Mundial em quase quatro anos de guerra foram 292.000). Entretanto, estas estimativas foram feitas usando a inteligência que brutalmente subestimou a força japonesa reunida para a batalha de Kyushu em número de soldados e kamikazes. Além disto, a bomba atômica acelerou o fim da Segunda Guerra Mundial na Ásia liberando centenas de milhares de cidadãos ocidentais, incluindo cerca de 200.000 holandeses e 400.000 indonésios ("Romushas") de campos de concentração japoneses. Além disto também, as atrocidades japonesas contra milhões de chineses, tais como o Massacre de Nanquim, tiveram um fim.

Apoiadores também apontam para uma ordem dada pelo Ministro da Guerra japonês em 11 de agosto de 1944. A ordem lidava com a disposição e execução de todos os prisioneiros de guerra Aliados, somando mais de 100.000, se uma invasão da terra natal dos japoneses acontecesse.

Em resposta ao argumento que a matança de civis em larga escala era imoral e um crime de guerra, apoiadores dos bombardeios tem argumentado que o governo japonês declarou guerra total, ordenando muitos civis (inclusive mulheres e crianças) a trabalhar em fábricas e escritórios militares e lutar contra qualquer força invasora. O padre John A. Siemes, professor de filosofia moderna na Universidade Católica de Tóquio e uma testemunha ocular ao ataque da bomba atômica em Hiroshima escreveu:


Discutimos entre nós a ética do uso da bomba. Alguns a consideraram na mesma categoria que o gás venenoso e eram contra seu uso em uma população civil. Outros eram do ponto de vista que na guerra total, como deflagrada no Japão, não havia diferença entre civis e soldados e que a bomba em si era uma força efetiva podendo acabar com o derramamento de sangue, alertando ao Japão que se rendesse e assim evitando a destruição total. Parece lógico para mim que aquele que apoia a guerra total em princípio não pode reclamar da guerra contra civis."

Alguns historiadores alegaram que planejadores dos EUA também queriam terminar a guerra rapidamente para minimizar a potencial aquisição soviética dos territórios dominados pelos japoneses.

Finalmente, apoiadores também apontam os planos japoneses, desenvolvidos por sua Unidade 731, de lançar aviões pilotados por Kamikazes com uma carga de moscas contaminadas por peste bubônica para infectar a população de São Diego, Califórnia. A data alvo era para ser 22 de setembro de 1945, apesar de ser improvável que o governo japonês tivesse permitido que tantos recursos fossem desviados de propósitos defensivos.

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